Rapa Nui, popularmente conhecida como Ilha de Páscoa, patrimônio da Unesco, é formada pela erupção de três vulcões, atualmente todos inativos, e é conhecida por ser o pedaço de terra mais isolado do mundo. Localizada no limite da Polinésia Oriental, a ilha tem uma área de 170 km² e sua forma é triangular.

Por ser isolada, a ilha sempre foi um mistério e mesmo com o passar dos anos, apesar de muito se conhecer sobre a região, muitas questões ainda estão sem respostas. Muita coisa ainda intriga visitantes, habitantes e pesquisadores e talvez por isso a ilha se torne ainda mais incrível. Com uma única cidade, Hanga Roa, que abriga a maioria dos seus habitantes, esse lugar é incrível e inacreditável.

Rapa Nui está tão tão distante e durante alguns anos sonhamos em conhecê-la, mas pelos altos preços, pensamos que não iríamos conseguir chegar lá tão cedo. Até que um dia decidimos que dinheiro não iria nos impedir. E não nos impediu. A Ilha é, sim, um destino caro, caríssimo, se você não está disposto a pedir carona, juntar milhas, acampar e cozinhar. Nossa viagem pra ilha foi de baixíssimo custo se comparado aos custos de uma viagem “tradicional”. Está entre nossos recordes de viagens econômicas haha.

Quando decidimos visitar Rapa Nui tivemos muita dificuldade em encontrar informações atuais e com o orçamento limitado as coisas ficaram ainda mais difíceis, por isso fiz esse post com tudo que vocês precisam saber antes de ir para conhecer um dos lugares mais incríveis que já visitamos.  Qualquer dúvida, estamos sempre à disposição.

Quando ir

A ilha de Páscoa pode ser visitada durante todo o ano, mas o verão é a época mais recomendada. Não chove, hotéis, bares e restaurantes sempre abertos. Além disso, em janeiro ocorre um festival, típico da região, quando a ilha recebe muitos visitantes.

A minha dica é evitar o inverno, porque é a época que chove, o comércio local fecha e os locais viajam para o continente. Gente, 95% das atividades da ilha são ao ar livre, não vale à pena arriscar os poucos dias com chuva, né?

Verão: Dezembro a Março

Inverno: Junho a Setembro

Como chegar

Existem duas formas de chegar à ilha, uma não oficial e outra oficial. A não oficial consiste em tentar uma “carona” no navio da Marinha Chilena desde Valparaíso e levar 15 dias pra ir e 15 dias para voltar. Infelizmente eu não tenho informações sobre isso, eu sei porque muitos mochileiros comentam e cogitam, mas nunca conheci ninguém tivesse conseguido, apenas amigos de amigos que fizeram.

A forma “fácil” e oficial de chegar até lá é de voo pela Latam, que é a única empresa que oferece voos saindo da América do Sul. A empresa oferece um voo diário saindo da capital chilena, Santiago, com quase 5 horas de duração.Com um avião de grande porte a Latam oferece um voo confortável, com muito entretenimento, serviço de bordo excelente e opção de classe executiva e econômica. Nós voamos de classe econômica, óbvio, e não temos do que reclamar.

Um ponto importante sobre os voos que vão para a ilha é que eles saem sempre pela manhã, ou seja, você precisará garantir que estará em Santiago logo pela manhã. Nesse caso, é necessário adicionar um dia ou um pernoite em Santiago ao seu roteiro. Outro ponto importante é que os voos para a ilha costumam sofrer alterações, então é bom ficar atento.

Os preços dos voos são, em geral, caríssimos, afinal, a Latam é a única que oferece o voo, então ela pode cobrar quanto quiser, não é mesmo? Nós compramos nosso voos por milhas  e pagamos 40.000 pontos Multiplus por pessoa ida + volta.

Os voos para as datas que queríamos custavam R$2.500,00 em dinheiro, por pessoa, mas nós verificamos que por pontos sairia 40mil pontos, dessa forma utilizamos o programa Km de Vantagens – do Posto Ipiranga – em parceria com a Multiplus/Latam e pagamos R$ 1.000,00 para transferir os 40mil pontos do Ipiranga para a Latam. Parece difícil, né? Eu já expliquei aqui como fazer isso. Vale lembrar que nós sempre, sempre, fazemos essas contas antes de comprar um voo, não é difícil  e tem nos ajudado muito a parceria Ipiranga – Multiplus/Latam.

Onde comprar ingressos para a Ilha

Os tickets para a ilha são exigidos em três das principais atrações, ou seja, é quase que obrigatório a compra. Em muitas atrações pequenas não nos cobraram o ingresso, mas na Fábrica de Moais – Rano Raraku, no vulcão Orongo, e nos 15 Moais – Ahu Tongariki foi obrigatória a apresentação dos ingressos.

Antigamente, diziam que o ingresso comprado no aeroporto era mais barato, tinha um desconto de 10 dólares. Bom, isso pode ter acontecido antigamente, mas hoje não. O valor do ingresso é o mesmo tanto para quem compra no aeroporto quanto para quem compra nos escritórios da administração, em Hanga Roa.

Nesse caso, não precisa você ficar naquela fila enorme que vai se formar no aeroporto, você pode comprar depois, sem filas . É preciso apresentar documento de identificação no ato da compra. Existem duas oficinas na cidade, é importante estar atento ao horário de funcionamento.

Oficina Central: Rua Atamu Tekena, ao lado da Farmacia Cruz Verde (é a rua principal de Hanga Roa)

Oficina da Conaf: Oficina Provincial de CONAF Isla de Pascua – Mataveri

Horário de funcionamento:

Segunda – Sexta: 8:30 às 16:30

Finais de Semana: 09:00 às 16: 00

*Apenas a oficina Central funciona aos fins de semana.

Ingressos para estrangeiros

Adultos: $ 58.000,00 ou US$ 80,00 ou R$ 290,00

Crianças: $ 27.000,00 ou US$ 40,00 ou R$ 145,00

Ingressos para chilenos

Adultos: $ 20.000,00 ou R$ 100,00

Crianças: $ 10.000,00 ou R$ 50,00

Moeda e idioma

A moeda oficial é o Peso Chileno CLP ($), mas é possível pagar em dólar também. Nós não usamos real ou cartão de crédito na ilha. Nesse caso, não sei se é possível usar o real, mas cartão de crédito é possível, basta você ter sorte de encontrar o sinal na hora do pagamento. Existe uma casa de câmbio, mas a cotação é muito desfavorável, ou seja, só em casos extremos mesmo.

O idioma oficial é o Rapa Nui, mas todos falam espanhol ou ~chileno. Muita gente fala inglês também. É comum ouvir os islenhos falando rapa nui entre si, eles são um pouco fechados, mas se você se aproxima com respeito e educação eles falam espanhol também.

O que levar

A informação mais importante desse tópico é: Você pode levar gratuitamente 2 malas de até 23 kg cada na cabine Economy e 3 malas de até 23 kg cada nas cabines Premium Business ou Premium Economy. Caso queira levar uma mala adicional, revise o tarifário da Latam.

Ué, mas por que vou andar com 46 kilos?

Amigos, estamos falando de uma ilha. Saindo de Valparaíso, no Chile, os navios levam mais de 15 dias para chegar. Os vôos são diários, mas caríssimos, não tem como abastecer a ilha a qualquer minuto. Toda essa logística custa caro aos bolsos dos locais e aos turistas. Os preços custam de 3 a 4 vezes mais na Ilha, é absurdo, mas compreensível.

A solução, caso você não tenha muito dinheiro para gastar, é levar tudo de Santiago. Nós levamos tudo que comeríamos por 6 dias. Café da manhã, lanche, almoço e jantar eram preparados por nós, na cozinha do camping. Nossa comida era contada, consumimos tudo e não faltou. Nosso maior erro foi não ter levado água.

Um galão de água de 5 litros custa quase 30 reais por lá, compramos uma única vez. Nas outras vezes, nós fervemos água da torneira, congelamos e tomamos. O gosto de cloro deu uma amenizada com esse método, mas é importante alertá-los que se você tem o estômago fraco, pode fazer mal. Nós não passamos mal, ficamos felizes em beber água sem pagar ouro por ela.

Você pode levar tudo, legumes, vegetais, laticínios, massas, carnes, ovos, temperos, vinhos, cervejas, água. Tudo que você quiser. Algumas pessoas levam até bicicleta para não precisar alugar na ilha, pois é uma pequena fortuna também.

Bom, além da comida, recomendo outros itens essenciais como: protetor solar, óculos escuro, roupa de banho, roupas leves, um casaco para temperaturas amenas, roupas para caminhadas, calçados para caminhadas, snorkel para fazer mergulhos.

Onde dormir

A ilha oferece desde resorts luxuosos a simples campings e, como sempre, tudo depende do seu poder aqui$itivo. Nós escolhemos o camping por ser a opção mais econômica. Existem três campings na ilha e pelas nossas pesquisas todos eram muito bem avaliados. Fizemos reservas pelo booking no Camping Mihinoa. Esse não é o camping mais barato, mas ele nos conquistou por um motivo: a localização.

O Camping Mihinoa está de frente pro oceano com uma vista incrível. O entardecer e o amanhecer ali são incríveis, aliás, qualquer horário é incrível. Além da excelente localização, o camping oferece uma cozinha toda equipada, barracas de alta qualidade e limpas, armários individuais para guardar os pertences na cozinha, banheiro coletivo, sala de convivência e wifi1

A diária, por pessoa, nos custou  $ 11.000, o equivalente a R$ 56,00. Nós pagamos esse valor porque escolhemos barraca com colchonetes e fizemos reservas pelo booking. Na época não conseguimos contato direto com a direção do camping, mas se você consegue contato direto com eles e leva sua barraca e seu colchonete o valor é menor.

Nós não levamos nossos próprios equipamentos de camping porque já levávamos muitas coisas – comidas – não dava pra carregar tanta coisa assim, mas muita gente leva a própria barraca.

Outras duas opções de camping na Ilha: Camping Ana o Tai e Ha’ere Rapa Nui. Recomendo buscar os outros dois só em caso de não conseguir vagas no Mihinoa, porque só a vista do camping já o faz ser o melhor de todos.

Como se locomover

Se locomover na Ilha não é difícil, você só precisa de uma entre duas coisas: dinheiro ou disposição.Se você tem dinheiro, é possível alugar carros, motos e quadriciclos. Os preços são um pouco salgados. O menor valor que encontramos por um carro foi $ 40.000 a diária, já para motos encontramos valores mínimos de $ 25.000 a diária, os quadriciclos eram caríssimos, custavam o valor de um carro. Em grupo, o preço de um carro compensa e muito, mas nós estávamos em dois então ficaria muito caro.

Se você está no grupo dos que têm disposição, é possível alugar uma bicicleta com diárias mínimas a $ 5.ooo ou fazer uma plaquinha com a sua direção e ir pra estrada pedir carona. Foi o que nós fizemos. Poucas pessoas pedem carona na estrada, mas isso não significa que é difícil. Nós não tivemos dificuldade, o máximo que esperamos foi 15 minutos. Fizemos bons amigos e uma das nossas caronas virou “carona permanente” e passamos bons momentos juntos.

Dica: Os preços mais baratos para aluguel de veículos encontramos na locadora Haunani que fica na mesma esquina da Farmacia Cruz Verde.

Quanto custa

Como eu já falei no começo desse post, viajar para a Ilha de Páscoa não é barato, mas para tudo dá-se um jeito. Tudo que eu posso dizer pra vocês é que qualquer esforço para chegar até lá vai valer à pena. Nossos custos não vão definir os seus, mas eles podem te dar uma base e te mostrar que é possível gastar menos que o “normal” e aproveitar bastante a ilha.

Em resumo, nossos gastos foram os seguintes:

Alimentação: R$ 250,00 ou $ 50.000 (comida para duas pessoas e toda nossa comida levamos de Santiago)

Ingressos para a Ilha: R$ 200,00 ou $40. 000 ( $20.000 por pessoa pois compramos ingressos para chilenos)*

Hospedagem no Camping Mihinoa: R$ 560,00 ou $ 112.000 (2 pessoas com barraca e colchonete inclusos)

Passagens: 40.000 pontos multiplus (R$ 1.000,00) + taxas – por pessoa

Tivemos alguns gastos pequenos 2 na ilha como água, sanduíches e lembranças, mas desconfio que não passou de R$200,00.

Não passamos nenhum tipo de necessidade, pelo contrário, vivemos muito bem, cozinhamos todos os dias e aproveitamos cada cantinho que visitamos.

*Eu preciso explicar para vocês o motivo de termos comprado ingressos para chilenos e não de estrangeiros na ilha. Os chilenos possuem um desconto generoso no ingresso para a ilha e nós sempre soubemos disso, mas estávamos conscientes de que pagaríamos o ingresso para estrangeiros porque é com esse dinheiro que o parque arqueológico se mantém. A verdade é que um dia antes do embarque para a ilha, eu saí para trocar o os reais, R$500,00,  que seriam para pagar os ingressos e fui furtada em Valparaíso. Nos sobraram R$ 500,00 dos mil que eu guardei durante 3 meses para pagar hospedagem e ingressos. Nesse caso, não poderia deixar de pagar a hospedagem e então, com o dinheiro que levaríamos de “gastos extras” conseguimos pagar ingressos, mas não para estrangeiros porque não tínhamos mais o valor altíssimo dos ingressos para estrangeiros. Explicamos nossa situação para chilenos que conhecemos na ilha e eles compraram ingressos para nós com as identidades chilenas. Não nos pediram identificação em nenhum momento, apenas os ingressos, mas tenho certeza que se pedissem e nos vissem com ingressos para chilenos não teria problema se explicássemos a nossa situação.

Para mais informações sobre a ilha, acesse o site oficial: http://parquenacionalrapanui.cl/inicio/


  1. que nunca funciona

  2. extras e pessoas