Um tempo atrás eu contei pra vocês como chegar ao Peru por terra, mais especificamente em Cusco, saindo do Acre. Essa foi a forma como eu cheguei  lá, pra quem ainda não leu, pode ler aqui. Mas você pode ir de avião também, vira e mexe tem promoção de passagens pra lá, é só ficar atento. No post de hoje eu vou dar algumas dicas sobre Cusco. A cidade é incrível, tem um fluxo muito grade de pessoas porque é de lá que saem a maioria das pessoas que estão indo para Machu Picchu e tem um milhão de coisas pra fazer, seria até arriscado usar o título “X coisas imperdíveis em Cusco” porque eu passei 5 dias lá e tenho certeza que perdi muita coisa imperdível. Vou dar as dicas baseado naquilo que eu mais gostei de fazer na cidade. A cidade é cheia de história, tem uma arquitetura deslumbrante, as ruas estreitas, as bandeiras coloridas, a llhamas no meio da rua, os táxis pequenos e velhos, as cholitas vendendo milho com queijo no meio da rua…Tudo isso é muito agradável e chama muito a atenção.

Plaza de Armas

Um dos meus programas preferidos em Cusco era passear na Plaza de Armas. É o símbolo da cidade, tudo acontece ali ou ao seu redor e é realmente linda, sentar num dos bancos e ficar observando a movimentação era meu programa preferido. Seja durante o dia ou durante a noite, o lugar é sempre muito movimentado e ao seu redor possui muitas opções de bares, pubs, restaurantes, feiras artesanais, supermercado, drogarias, enfim, tem de tudo. É um bom lugar pra sentar, descansar e pensar no que vai fazer no dia seguinte.

Mercado Central de San Pedro

Um dia a gente resolveu andar pelos arredores da cidade e no final de uma rua com um belo portal, vimos uma movimentação bem grande, fomos ver o que era e descobrimos onde ficava o Mercado Central San Pedro. No primeiro momento eu fiquei um pouco assustada porque as condições de higiene não são das melhores, mas depois eu percebi que aquilo ali era a realidade da população, não é um ponto turístico, a maioria dos frequentadores são locais e mochileiros em busca de comer barato. Lá são vendidas uma infinidade de coisas, carnes, frutas, legumes, temperos, roupas, antiguidades, lembranças com preço mais em conta e tudo que você imaginar. Lá é possível comprar frutas e verduras muito barato e cozinhar no hostel. Passado o choque eu gostei muito, comprei mil coisas, comi milho (gente, eu viciei nesse milho com queijo), bebi um suco de morango delicioso e aprendi o nome de muitas frutas em espanhol haha

Pedra de 12 Ângulos

Essa pedra fica em uma das ruelas ao redor da Plaza de Armas é uma pedra de doze ângulos que chama a atenção de quem passa. Os incas eram bons mesmo com construção né? Na rua da pedra é possível encontrar muitas lojas com artesanato local e muitos cafés com ~wifi~ para descansar.

Visitar os museus da cidade

Se você é daquele tipo amante de museu você pode aproveitar os museus da cidade que estão inclusos no boleto turístico. É uma ótima oportunidade pra conhecer um pouco da história dos incas e sobre as construções ali existentes. Os museus ficam ao redor da plaza de armas e na parte de trás do boleto turístico você pode encontrar muitas informações.

Jantar em um restaurante com vista para a Plaza de Armas

Com o baixo custo da vida do Peru e da Bolívia, conseguimos economizar uma boa grana e nos demos ao ~luxo~ de na nossa última noite, antes de voltar para o Brasil, entrar naqueles restaurantes lindos que ficam de frente pra Plaza de Armas. FOI MEU DIA DE MADAMEEEE HAHHAA. Por ser meu lugar preferido na cidade, fiquei super feliz em jantar olhando a plaza. (é bobo né? eu sei, mas a vida é assim haha) E o melhor: o jantar pra dois saiu por menos de R$60,00 <3

Caminhar nas ruas sem destino

Eu e Fernando caminhamos muito por Cusco, olhando a cidade, os locais, as lojas, os restaurantes, procurando hostels mais baratos, procurando comida caseira e barata, foi uma experiência muito boa que nos aproximou ainda mais da realidade. Acredito que tirar uma manhã ou uma tarde pra caminhar sem destino nas ruas de Cusco é sim, um programa que vale à pena.

 

Esses foram os meus programas favoritos dentro de Cusco, agora vamos ao que fazer ao redor de Cusco. Primeiramente, eu recomendo que você compre o boleto turístico assim que chegar na cidade, esse boleto é o ticket para 16 atrações turísticas de Cusco, incluindo as ruínas Incas ao redor da cidade ou Vale Sagrado (o boleto só não é aceito em Machu Picchu e  Maras (chamadas Saleras de Maras). Atrás do boleto tem um mapa com todas as informações dos lugares que é liberada a entrada(horário de funcionamento, localização, recomendações). O boleto turístico é válido por 10 dias e custa 140 soles peruanos (R$136,00), mas estudantes pagam meia (R$68,00) desde que apresentem a carteira de estudante internacional que você pode solicitar aqui. Com o boleto em mãos você só precisa se preocupar com o transporte para chegar até as atrações e também pode aproveitar as atrações que estão dentro da cidade.

Onde comprar o boleto?

  • Endereço: Galerías Turísticas de la Av. Sol
  • Horario de Funcionamento: Segunda-feira a Sábado de 08:00 a 18:00 hrs.;
    Domingo de 08:00 a 13:00 hrs.
  • Mais informações sobre o boleto turístico é só ver aqui.

City Tour

O city tour pode variar dependendo da agência de turismo que você contra, mas geralmente envolve as ruínas incas que ficam bem próximas da cidade Saqsayhuaman, Qenqo, Puka Pukkara e Tambomachay (todos inclusos no boleto turístico) e também Qoricancha e a Catedral da cidade (não inclusos no boleto turístico, 10 soles e 25 soles, respectivamente). No nosso caso, nossa empresa nos levou a Qoricancha mas não entramos porque era uma fila enorme a não queríamos pagar. O city tour em alguns momentos pode ser chato porque as empresas saem todas juntas da cidade e as atrações ficam lotadas, mas os lugares são bonitos e por isso recomendo ir. Como os tickets das atrações estavam inclusas no boleto turístico, só pagamos o transporte com a agência (existem milhares com o mesmo preço na plaza de armas, é só escolher uma) que nos custou 25 soles (R$24,00). O city tour começa às 14hs e a opção em grupo (essa que fizemos) é a mais econômica e um guia vai explicando a história de cada lugar no caminho. Eu recomendo porque os lugares são bonitos e tínhamos tempo, mas se você tiver pouco tempo e pouco dinheiro foque no Vale Sagrado que é um passeio muito melhor.

Vale Sagrado: Pisac, Ollantaytambo e Chinchero

O tour para o vale sagrado envolve três dos lugares mais famosos e que ficam um pouco distantes de Cusco. Como o boleto turístico inclui os três lugares, só é necessário pagar pelo transfer + almoço, nos custou 60 soles por pessoa e eu confesso que não achei caro pois o almoço era buffet livre com muitas sobremesas gostosas haha. O passeio para o vale sagrado dura o dia todo e sai da plaza de armas. O primeiro destino é Pisac, mas antes de chegar em Pisac as vans param em uma feira de artesanato e os preços são como todos os preços pra turistas (você encontra as mesmas coisas no Mercado San Pedro por preços menores) nessa feira é possível usar o banheiro e comer milho (a louca do milho). Chegando em Pisac é preciso subir (bastante) se você quiser chegar ao templo do sol que antigamente era um observatório astronômico, a vista lá de cima é linda, eu gostei muito do passeio. Depois de Pisac tem um looooongo caminho para Urubamba que é o vilarejo que ficam os restaurantes e daí você almoça e segue viagem para Ollantaytambo. Ollanta, para os íntimos, é o ponto alto do passeio, a cidade é pequenina e com diversas casinhas antigas, é preciso subir muitas terraças para explorar suas ruínas e construções. Nosso tour encerrou em Ollantaytambo porque de Ollanta você pode tomar o trem pra Águas Calientes (cidade que dá acesso a Machu Picchu) por um preço um pouco mais barato. Dessa forma, já saímos do hotel em Cusco com tudo que iríamos levar para Machu Picchu e carregamos isso durante todo o tour, avisamos o guia que ficaríamos em Ollanta para o último trem da noite e sentamos num lanche pra comer e tomar um chá. A estação de trem não fica longe da entrada do sítio, é só observar para onde estão indo as pessoas com mochilas haha.

DICAS: Leve só o necessário para Machu Picchu, os hostels de Cusco estão preparados para guardar o restante das suas coisas e entregar somente na volta; Infelizmente a forma mais barata de fazer o Vale Sagrado é nesse tour em grupo (como o que fizemos); não posso opinar sobre Chinchero porque não estive lá, mas acredito que Ollanta seja mesmo o ponto alto do passeio e que abrir mão de Chinchero não é um grande pecado. Tente ir do lado da janela do ônibus, as paisagens nos caminhos são lindas. Enfim, eu gostei muito de tudo que vi e, pra mim, valeu à pena.

Moray e Salineras de Maras

Decidimos que faríamos esse passeio na volta de Machu Picchu, mas voltamos de MP exaustos e com muita vontade de ver o que nos esperava na Bolívia e no Chile, então deixamos pra trás esse passeio e eu confesso que sempre que vejo as fotos eu sinto uma pitada de arrependimento. Se eu pudesse dar um conselho: substituam o city tour por moray e salineras de maras, acredito que valha muito mais à pena ou então façam os dois. Tudo que sei sobre o passeio é que além de pagar o transfer ainda é necessário pagar entrada nas salineras pois não está incluso no boleto turístico (Moray está no boleto).

DICAS2: Quanto à hospedagem em Cusco, nos primeiros dias reservamos o hostal Resbalosa mas eu NÃO RECOMENDO esse hostel. Nos cobraram pelo uso da cozinha, os quartos eram MUITO frios e úmidos, os donos não foram simpáticos e o hostel ficava numa subida, era necessário subir alguns lances de escada que na altitude era mortais para nós. O ponto alto desse hostel era a vista do terraço pra cidade, por essa vista eu agradeci muito. Quando retornamos pra Cusco batemos de porta em porta procurando o hostel mais barato possível, encontramos um que ficava na quadra da Plaza de Armas por APENAS 20 soles (pouco menos de R$20,oo), não tinha conforto, mas por incrível que pareça era bem mais quentinho que o primeiro hostel. (assim que eu lembrar o nome desse hostel baratíssimo eu coloco aqui pra vocês), mas é muito interessante bater de porta em porta e procurar o menor preço ainda mais em cusco que os hostels estão, em sua maioria, na mesma área. Quanto ao transporte, era sempre a pé, exceto quando precisávamos ir para a rodoviária que pagamos o táxi que nos custava a incrível quantida de 4 soles (chegamos a pagar até 2 soles para a rodoviária). É importante negociar com o motorista antes e deixar claro o valor e o local. Pra comer, sempre comíamos na rua porque a comida era muito barata, em alguns casos era mais caro cozinhar que comer fora. É só pesquisar com carinho e paciência que você encontra vários quiosques com comida baratinha.

ATENÇÃO: recomendo fortemente que os tours para ruínas incas ao redor da cidade sejam feitos ANTES da visita a Machu Picchu, se você seguir esse conselho você vai entender o motivo dele.